Entrevistas Desenvolvimento Web

TW Entrevista 11: Diego Eis

Fizemos uma série de entrevistas chamada "TW Entrevista". O entrevistado de hoje é o Diego Eis, fundador do Tableless, um dos maiores sites sobre desenvolvimento web do Brasil.

há 5 anos 3 meses


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Olá, Web Developers!

Hoje trazemos para vocês uma entrevista com o Diego Eis, fundador do Tableless, um dos maiores sites sobre desenvolvimento web do Brasil.

Se você ainda não viu, o Jaydson Gomes foi o último entrevistado por nós.

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Fale um pouco sobre você (de onde é, onde mora, o que faz, onde trabalha atualmente, etc)

Sou de São Paulo, tenho 34 anos e faz um tempão que trabalho com Internet e coisas relacionadas. Atualmente trabalho na Easynvest como Product Manager, mudando o jeito com que as pessoas lidam com investimentos e dinheiro.

Quando e como você começou a se interessar pela área?

Eu sempre me interessei por internet e nunca fiz outra coisa. Meu primeiro computador veio de uma escolha difícil: Ir para a Disney na formatura de 8 série ou ter um computador. Naquela época o dólar era 1 pra 1 e o valor da viagem era o mesmo de um computador. Minha mãe economizou o ano inteiro para eu ter a viagem, mas acabei querendo o computador. O recibo está guardado em algum lugar. Custou uns R$1000… Dinheirão na época. De lá para cá não fiz mais nada fora do mundo digital. E ainda cheguei tarde… Quase nem mexi no Windows 3.1, indo quase que direto pro Windows 95.

Como eu, meus amigos também estavam iniciando nesse mundo de ter computador e internet… No início queria o computador só para jogar… Me lembro até hoje eu tentando fazer rodar os vários disquetes do Golden Axe! Junto com os meus amigos, nós começamos aprender a mexer com HTML, depois que o CSS foi publicado, pulamos pro CSS, JS e assim por diante… O resto é história. ;-)

Como foi seu primeiro trabalho na área?

Eu ganhei meu computador em 98 (quando me formei na oitava série). Fiquei 3 anos só brincando e aprendendo HTML e tudo mais. Quando me formei em 2001, arranjei um emprego de Assistente de Web Designer numa pequena agencia de publicidade. Fiquei pouco tempo lá, depois fui para uma empresa recém criada por amigos, chamada Atípico. Lá eu fiquei uns 5 anos. Depois abri minha própria empresa, chamada Visie (depois de 6 anos fui pra Locaweb, e depois de 5 anos na Locaweb fui para Easynvest).

Em 2003 eu abri o Tableless. Se eu me lembro bem o domínio era .kit.net (se alguém lembrar, vai entregar a idade), depois eu migrei para .cjb.net.. E pouco tempo depois, ganhei desse meu amigo, dono da Atípico, o domínio .com.br. Como naquela época (hoje ainda?) pra ter .com.br era necessário um CNPJ, como ele tinha uma empresa, ele me deu o domínio de presente. Presente nerd, né?! Faz tempo que não tenho contato dele… Se ele morrer, lascou… nem sei como faço pra ser dono do domínio. O.o

Voltando ao primeiro emprego… A maioria do trampo era implementação de site mesmo. Onmouseover direto no código HTML. Código JavaScript pra funcionar no IE e outro código pra funcionar no Netscape. Testes de layout em todos os IEs possíveis… Validação de HTML… e todas essas coisas legais que fazíamos antes do mercado front-end se tornar o que se tornou hoje. Naquele tempo era só criar um arquivo .html e começar o projeto. A grande dúvida era como iríamos chamar a pasta onde ia ficar as imagens (img, images, i…). Hoje você não começa nada sem ter que instalar um milhão de coisas na máquina. Mas desse mimimi todo mundo já tá cansado. ;-)

Claro que sempre há a preocupação em entregar um produto de qualidade para o cliente. Mas você acha que na Easynvest, por mexer diretamente com o dinheiro das pessoas, acaba tendo mais pressão?

Com certeza. Não é simples você mexer com o dinheiro das pessoas, porque na verdade você não mexe com o dinheiro delas, você mexe com o futuro e os objetivos que ela quer alcançar com aquele dinheiro. Essa pressão existe em qualquer tipo de produto digital. E existe outros pontos que os Product Owners e Product managers precisam pensar, como ética, transparência, etc… São pontos que quase nunca falamos, mas que há momentos em que esses valores precisam ser contados ao pensar numa feature, mostrar ou não uma determinada informação, etc.

O Tableless é um dos sites mais importantes da comunidade brasileira de desenvolvimento web. Qual a sensação de ter tamanha responsabilidade e compromisso sobre algo tão importante para as pessoas?

Eu acho incrível ter criado um site onde os devs e outras pessoas me param nos eventos e outros lugares pra dizer que o site as ajudou na formação da carreira ou em algum problema especifico. Mas não é uma tarefa muito fácil. O site ocupa bastante tempo e é difícil encontrar pessoas realmente dispostas a ajudar. Mesmo assim, foi um marco pra o site quando eu abri para que outros autores pudessem escrever. Isso não ajuda o site a ter mais conteúdo, mas também ajuda a esses autores a expressarem sua opinião, a aprenderem a compartilhar conhecimento, a exporem seu trabalho etc… Foi o site que me trouxe até onde eu estou hoje e me sinto muito agradecido por conta disso.

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Com a sua experiência com o tableless, palestras, trabalhos, treinamento de equipes, etc., o que você considera que mais falta em um profissional hoje em dia ? (como habilidades, atitudes e preparação para as mudanças)

Falta parar de pensar em código 100% do tempo. Eu bato nessa tecla o tempo inteiro. Seu trabalho está mais ligado a falar com as pessoas para conseguir resolver melhor os problemas do que ficar focado 100% do código. Quando um programador precisa fazer uma decisão importante de carreira, muitos acabam sucumbindo lá na frente, porque não “treinaram” antes esse relacionamento além código. Outro ponto é pensar no futuro. Quando eu escrevi um artigo falando que a profissão front-end como conhecemos hoje vai morrer, um monte de gente me criticou, mas com certeza eles não fizeram uma análise fria da sua profissão hoje e como ela é repetitiva, dispensável, sem propósito. Parece ser palavras fortes, mas você não muda sua vida nem a vida das pessoas fazendo crud entre API e interface. Acho que o profissional deve pensar em sua profissão de forma mais ampla, onde ele entende bem do negócio, mas também dos clientes, levando em consideração como sua relação com as outras pessas afeta a missão da empresa e seus objetivos pessoais.

Quando estuda algo novo, qual a sua maior dificuldade e o que faz para contornar?

Minha maior dificuldade é não poder contar com pessoas do lado para peguntar e tirar dúvida. Acho que é importante ter pessoas legais do seu lado para que você possa tirar dúvidas sempre que for necessário, sem medo de julgamentos ou etc. Hoje é quase que impossível você não conseguir encontrar respostas para qualquer tipo de dúvida técnica. Mesmo assim, sempre tem aquelas dúvidas onde alguém com mais experiência faz falta. Então, a dupla pesquisa + mentor é sempre a melhor saída.

Para quebrar o gelo

O que você considera que caracteriza um desenvolvedor raiz e um desenvolvedor Nutella?

Dev raiz escrevia código onde dava. Dev Nutella só escreve em editor que tem IDE escrito no nome. Dev raiz ficava horas procurando um cliente de FTP decente. Dev Nutella só sobe pra produção se tiver script de Build e tiver 3 ambientes de homologação. Dev raiz usa qualquer browser que tiver. Dev Nutella acha que abafa quando fala mal do IE. Dev raiz começa o projeto criando uma pasta com o index.html e entende que ele vai se tornar algo complexo lá na frente. Dev Nutella nem senta na cadeira se não encontrar a palavra NPM no ReadeMe do projeto.

Se estivéssemos em uma Matrix e você tivesse total controle dela, o que você faria?

Transformaria a Matrix inteira em Open Source, botava no GIT e já era.

Já usou seu conhecimento para resolver algo que tinha preguiça de fazer ou para trollar alguém? Se sim, o que?

Na época que o Bate-papo da UOL nasceu, eles não faziam validação do campo que você escrevia. Aí o que dava pra fazer: você manda um código HTML do tipo: <font style="font-family: webdings">. Então, o texto ficava cheio de ícones e simbolos e etc… pra todo mundo na sala de bate papo.

[caption id=“attachment_5260” align=“alignnone” width=“675”]Webdings [/caption]

Aí você mandava um </font> no chat privado pra você mesmo. Todo mundo ficava sem entender nada, e você via normalmente os textos com as fonts. Era engraçado, mas durava só uns 30 segundos, porque ninguém conseguia mais entender e acabava saindo da sala. Hehehe.

Já “infectei” um cara mais velho na escola com um Trojan. Depois que ele instalou, eu ligava e desligava o monitor dele, abria o leitor de CD, abria programas, e essas coisas… mas tive que tirar porque ele ameaçou me bater no dia seguinte. Fazia scripts do autoexec.bat na escola para colocar mensagens quando o Windows estava ligando.

Script macro no word na biblioteca da escola para quando a galera abrir o word, ele fechar sozinho.

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Para seguir o Diego Eis:

Autor(a) do artigo

Akira Hanashiro
Akira Hanashiro

Graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Pós-graduado em Projetos e Desenvolvimento de Aplicações Web e MBA em Machine Learning. Especializado em Front End e curte desenvolvimento de jogos.

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